Como é a HIPERQUERATOSE?

A hiperqueratose é o espessamento da pele causado pelo aumento de queratina. Pode afetar patas, focinho e outras áreas, gerando lesões, rachaduras e desconforto no animal. Ver mais...

SAÚDE CANINA

Por Dianny Freitas

1/28/20253 min read

hiperqueratose na pata do cachorro
hiperqueratose na pata do cachorro

A hiperqueratose dos coxins plantares é uma condição dermatológica que afeta a pele das patas dos cães, resultando em um espessamento anormal da camada externa, chamada de estrato côrneo. Esse problema, além de esteticamente visível, pode causar desconforto significativo, dor e predispor a infecções, sendo essencial que tutores compreendam sua natureza e saibam como identificar os sinais precoces.

O que é a Hiperqueratose?

Hiperqueratose é o termo utilizado para descrever a produção excessiva de queratina, a proteína que forma a camada mais externa da pele. Nos cães, essa condição costuma afetar especialmente os coxins plantares (as "almofadas" das patas) e o nariz, podendo também ocorrer em cotovelos e outras áreas de fricção.

Nos coxins, a hiperqueratose se manifesta como uma camada espessa, seca e dura, muitas vezes confundida com pelos. Pode parecer que há uma "cobertura cabeluda" sobre as patas, mas trata-se, na verdade, de queratina acumulada. Quando não tratada, essa condição pode evoluir para rachaduras, sangramentos, dor e infecções bacterianas ou fúngicas secundárias.

Sinais e Sintomas

Os principais sinais de hiperqueratose dos coxins incluem:

  • Espessamento anormal das almofadas plantares.

  • Superfície áspera, endurecida e seca.

  • Aparecimento de pequenas rachaduras ou fendas.

  • Dor ao caminhar, claudicação ou recusa em andar.

  • Inflamação local e possível infecção.

A identificação precoce desses sintomas é crucial para evitar o agravamento da condição e o comprometimento da qualidade de vida do animal.

Causas da Hiperqueratose em Cães

Existem diversas causas para a hiperqueratose, que podem ser divididas em dois grandes grupos: genéticas e adquiridas.

Causas Genéticas

Algumas raças apresentam predisposição genética à hiperqueratose, como:

  • Dogue de Bordeaux

  • Golden Retriever

  • Labrador Retriever

  • Irish Terrier

  • Bedlington Terrier

Nesses casos, o problema costuma surgir nos primeiros meses de vida e acompanhar o cão ao longo da vida.

Causas Adquiridas

Entre as causas adquiridas, destacam-se:

  • Leishmaniose: doença infecciosa transmitida por flebótomos, com manifestações cutâneas que incluem hiperqueratose.

  • Pênfigo foliáceo: doença autoimune que compromete a integridade da pele.

  • Dermatose responsiva ao zinco: causada por deficiência nutricional ou má absorção de zinco.

  • Cinomose canina: virose grave que, em casos crônicos, pode levar à hiperqueratose como sequela.

Diagnóstico

O diagnóstico deve ser feito por um médico veterinário, com base no exame clínico, histórico do animal e exames complementares. Um dos mais importantes é o exame histopatológico, que analisa uma amostra de tecido para confirmar o espessamento da camada de queratina e excluir outras dermatoses.

Outros exames podem incluir:

  • Testes sorológicos (para leishmaniose ou cinomose)

  • Bópsia de pele

  • Avaliação nutricional

Tratamento

O tratamento da hiperqueratose envolve tanto o manejo dos sintomas quanto a identificação e correção da causa subjacente. Entre as abordagens mais comuns estão:

1. Hidratação e Emoliência

Produtos tópicos como pomadas à base de ureia, lanolina, vaselina e óleos naturais ajudam a amaciar e remover o excesso de queratina. O uso deve ser feito conforme orientação veterinária.

2. Antibacterianos ou Antifúngicos

Caso haja infecção, pode ser necessário uso de medicamentos tópicos ou sistêmicos, dependendo da gravidade.

3. Suplementação

Quando a causa está relacionada à deficiência nutricional, especialmente de zinco, é indicada a suplementação oral sob supervisão.

4. Controle da Doença Primária

Se a hiperqueratose for um sintoma secundário, o tratamento da doença de base (como cinomose ou leishmaniose) é essencial para o sucesso terapêutico.

Prevenção e Cuidados Contínuos

Embora nem sempre seja possível prevenir a hiperqueratose, especialmente nos casos genéticos, alguns cuidados ajudam a minimizar os impactos:

  • Realizar inspeções regulares nas patas.

  • Evitar caminhadas em superfícies quentes ou abrasivas.

  • Utilizar hidratantes apropriados com frequência.

  • Manter uma dieta balanceada e de qualidade.

Quando Procurar o Veterinário?

Sempre que houver mudanças na textura das patas, dificuldade para andar, ou aparecimento de crostas, é fundamental procurar atendimento profissional. O diagnóstico precoce previne complicações mais graves e garante mais conforto para o seu pet.

Considerações Finais

A hiperqueratose dos coxins plantares é uma condição que exige atenção e cuidado. Apesar de comum em algumas raças, não deve ser subestimada. Com uma abordagem multidisciplinar que envolva hidratação, controle da causa primária e acompanhamento veterinário constante, é possível garantir uma boa qualidade de vida para o seu AUmigo.

Se identificou algo diferente nas patas do seu cão, não hesite: procure o veterinário e investigue as causas!